À frente do seu tempo

Numa época em que a ciência era dominada pelos homens, Marie Curie fez uma verdadeira revolução no meio científico e na própria história ao ser a primeira mulher do mundo a ganhar um Prêmio Nobel. Sua maior contribuição para a ciência foi a descoberta da radioatividade e de novos elementos químicos.

Maria Sklodowska nasceu em 7 de novembro de 1867 em Varsóvia, Polônia. Filha do professor de física e matemática, Wladyslaw Sklodowski e da cantora, pianista e professora Bronsilawa Boguska. Encorajada pelo pai a se interessar pela ciência, Maria terminou os estudos aos 15 anos e passou a trabalhar como professora, antes de se mudar para Paris, onde continuou seus estudos. Em 1883, Maria graduou-se bacharel em Física e Matemática pela Universidade de Sourbonne, tornando-se, mais tarde, a primeira mulher a lecionar nessa importante instituição de ensino europeia. Depois de formada, foi a primeira classificada para o mestrado em Física e, no ano seguinte, a segunda para o mestrado em Matemática.
Em 1894, Maria conheceu o professor de Física Pierre Curie, com quem casou-se, passando, então, a ser chamada de Marie Curie. Em 1896, o cientista Antoine Henri Becquerel incentivou o casal Curie a estudar as radiações por ele descobertas, emitidas pelos sais de urânio. Após alguns anos de pesquisas ao lado de Pierre e Antoine, Marie recebeu, em 1903, o Prêmio Nobel de Física, em reconhecimento pelos extraordinários serviços obtidos em suas investigações conjuntas sobre os fenômenos da radiação, tornando-se a primeira mulher a receber a honraria.

As pesquisas realizadas por Marie resultaram na descoberta de dois novos elementos químicos: o polônio, que ganhou este nome em homenagem ao país natal dela, e o rádio. A pesquisa do casal Curie abriu um novo caminho a ser explorado na pesquisa científica e médica, levando muitos cientistas da época a estudar o assunto.
Após a morte de Pierre, em 1906, vitimado por um atropelamento, Marie continuou a estudar a radioatividade, principalmente suas aplicações terapêuticas. Pouco antes de completar um mês da morte do marido, Marie foi indicada para substituí-lo, tornando-se a primeira mulher a ocupar uma cadeira de professor na Sorbonne, e a primeira mulher a ocupara tal caro na França.

Em 1911, recebeu outro prêmio, desta vez o Nobel de Química – por suas pesquisas com o rádio, tornando-se a primeira pessoa, até então, a ganhar duas vezes o Prêmio Nobel. Numa atitude altruísta, ela acabou não patenteando o processo de isolamento do rádio, permitindo, assim, a investigação das propriedades desse elemento por toda a comunidade científica.