Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2009, 8 em cada 10 alunas de Tecnologia da Informação desistem do curso no primeiro ano. E elas já são poucas na área. Em cursos como Ciências da Computação e Engenharia, mulheres somam apenas 15% dos alunos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Computação.
Os problemas continuam depois da faculdade. Quando entram no mercado – conquistar a primeira oportunidade de trabalho está entre os maiores obstáculos, segundo o especial –, as mulheres são duas vezes mais propensas a deixar o trabalho em empresas de tecnologia.
“O problema dos espaços de tecnologia para as mulheres – sejam universidades ou empresas – é a predominância masculina e, consequentemente, do machismo”, explica Carine.
“Quando elas se deparam com esses ambientes, enfrentam muitas dificuldades apenas por serem mulheres: têm suas capacidades testadas o tempo todo, são mais exigidas, seus salários são menores se comparados aos dos homens que ocupam os mesmos cargos, encontram pouco espaço para a colaboração, a troca de conhecimento e o aprendizado.“
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Precisamos pensar em empresas mais colaborativas e menos hierárquicas, fomentar a troca de conhecimento e o aprendizado com outras pessoas, oferecer capacitação técnica e de desenvolvimento de liderança, incentivar a criação de grupos de apoio dentro das empresas, promover eventos e ações de mulheres/diversidade.
Além disso, as empresas precisam contratar mais mulheres e oferecer salários mais competitivos. Também é muito importante estabelecer horários de trabalho mais flexíveis e que as empresas busquem ser mais transparentes incentivando a autonomia de seus colaboradores. Precisamos desenvolver novos modelos de liderança mais colaborativos e inclusivos.
As lideranças precisam estar sensibilizadas e engajadas no mais alto nível para que a equidade de gênero esteja transversalizada em todo o planejamento da empresa. Também precisam receber treinamentos inclusivos para eliminar o viés implícito de gênero e reconhecer esse problema como um atraso para a organização e uma barreira para a inovação e produtividade.