quem foi?

Anne Frank

Annelies Marie Frank

12 de junho de 1929 – fevereiro de 1945

Anne foi uma adolescente alemã de origem judaica, vítima do Holocausto. Ela se tornou uma das figuras mais discutidas do século XX após a publicação do Diário de Anne Frank (1947).

Nascida na cidade de Frankfurt am Main, na República de Weimar, viveu grande parte de sua vida em Amsterdã (Países Baixos) devido a má situação econômica com a ascenção de Hitler na Alemanha, tambem como o crescente ódio aos judeus.

Sua fama póstuma deu-se graças aos documentos em que relata suas experiências enquanto vivia escondida em um quarto oculto, ao longo da ocupação alemã nos Países Baixos, durante a Segunda Guerra Mundial.

Anne em seu último ano da escola primária, 1940.
Imagem de Anne Frank na escola
Imagem da família de Anne Frank

Infância

Em 13 de março de 1933, a tranquilidade da família chegou ao fim. Foram realizadas eleições em Frankfurt para o conselho municipal, com o Partido Nazista de Adolf Hitler saindo vitorioso. Manifestações antissemitas iniciaram-se de imediato, fazendo com que a família Frank começasse a temer o que aconteceria a eles caso continuassem na Alemanha.

A família Frank faz parte do grupo de mais de 300 mil judeus que deixaram a Alemanha entre 1933 e 1939.

No dia 9 de julho de 1942, para não ser presa, a família de Anne Frank se mudou para um esconderijo com mais quatro judeus nos fundos da fábrica onde o pai de Anne trabalhava, em Amsterdã. A família permaneceu ali até 04 de agosto de 1944.

Anne Frank relatou em seu diário os conflitos de uma adolescente e a tensão de se viver escondida sobrevivendo com a comida armazenada, a ajuda recebida de amigos, o sofrimento da guerra, os bombardeios que aterrorizavam a família, e a possibilidade de o “anexo secreto” ser descoberto e serem mortos a tiros.

Imagem da família de Anne Frank

Anne Frank em uma fotografia na escola em que estudava, em 1940.

A menina do diário

Em 5 de abril de 1944, em uma quarta-feira, Anne escreveu no seu diário que desejava se tornar uma jornalista:

Eu finalmente percebi que eu devo fazer o meu trabalho escolar para deixar de ser ignorante, para conseguir uma vida, para me tornar uma jornalista, porque é isso que eu quero! Eu sei que posso escrever [...] mas tenho que continuar percebendo se realmente tenho talento.

E se eu não tenho talento para escrever livros ou artigos de jornais, eu sempre posso escrever para mim mesma. Mas eu quero alcançar mais do que isso. Eu não posso imaginar vivendo como minha mãe ou a Sra. van Pels e todas as mulheres que fazem o seu trabalho e depois são esquecidas. Eu preciso ter algo além de um marido e filhos para me dedicar!

Eu quero ser útil ou trazer diversão para todas as pessoas, mesmo aqueles que eu nunca conheci. Eu quero continuar vivendo mesmo depois da minha morte! E é por isso que eu sou tão grata a Deus por ter me dado este presente que eu posso usar para me desenvolver e expressar tudo o que está dentro de mim.

Quando eu escrevo, eu posso me livrar de todos os meus cuidados, minha tristeza desaparece, meus espíritos são revividos! Mas, e isso é uma grande questão, eu nunca vou ser capaz de escrever algo grande, eu nunca vou me tornar uma jornalista ou escritora?

Prisão

Na manhã de 4 de agosto de 1944, seguindo uma dica de um informante que nunca foi identificado, o Anexo Secreto foi atacado por um grupo da polícia uniformizada alemã, liderado por SS-Oberscharführer Karl Silberbauer do serviço de inteligência Sicherheitsdienst.

As famílias Frank, van Pelses e Pfeffer foram levados para a sede da RSHA onde foram interrogados e detidos durante a noite. No dia seguinte, eles foram transferidos para uma casa de detenção, a Huis van Bewaring, uma prisão superlotada na Weteringschans.

Dois dias depois, eles foram transportados até o campo de concentração de Westerbork, onde já havia mais de 100 mil judeus, principalmente neerlandeses e alemães.[50] Depois de terem sido presos por viverem clandestinamente, eles eram considerados criminosos e lá foram enviados para o quartel de punição para trabalho forçado.

Reconstrução parcial do quartel do campo de concentração de Westerbork, onde a família Frank foi alojada de agosto à setembro de 1944.
Quartel onde a família foi alojada

Morte

Em 3 de setembro de 1944, um grupo de pessoas, incluindo a família Frank, foram deportados para o que seria o último trajeto de Westerbork para o campo de concentração de Auschwitz, uma viagem que durou três dias.

Anne foi deportada para o campo de concentração de Bergen-Belsen com sua irmã. Seus pais ficaram para trás em Auschwitz. As condições em Bergen-Belsen também eram horríveis. Havia falta de comida, estava frio, úmido e havia doenças contagiosas. Anne e sua irmã contraíram tifo. Em fevereiro de 1945, ambos morreram devido a seus efeitos.

Memorial de Anne e sua irmã Margot, no local onde era localizado o campo de Bergen-Belsen, juntamente com flores e fotografias como tributo.
Memorial da família Frank
estátua de Anne Frank
Estátua de Anne Frank do lado de fora da igreja de Westerkerk, em Amsterdã.

Legado

Desde a publicação do diário, Anne Frank tem sido apontada como um símbolo universal contra a intolerância, além de ser uma imagem das diversas de pessoas que morreram no Holocausto. Em 3 de maio de 1957, um grupo de cidadãos, incluindo o pai de Anne, estabeleceram a Fundação Anne Frank, em um esforço para resgatar o edifício Prinsengracht da demolição e torná-lo acessível ao público.

A Casa de Anne Frank foi aberta em 3 de maio de 1960. Ela é composta pelo armazém e os escritórios da Opekta e o Anexo Secreto, todos sem mobília para que os visitantes pudessem andar pelos cômodos. Algumas relíquias pessoais dos antigos ocupantes permaneceram, como fotografias de estrelas de cinema colados por Anne Frank em uma parede, uma outra parede em que o pai de Anne marcava o crescimento de suas filhas, além de um mapa em outro lado, onde gravou o avanço das Forças Aliadas da Segunda Guerra Mundial, todos agora protegidos por folhas de acrílico.

A partir do cômodo pequeno, que foi o quarto de Peter van Pels, uma passarela liga o edifício aos de seus vizinhos, que foram comprados pela Instituição. Estes outros edifícios são usados para abrigar o diário, bem com exposições rotativas sobre os aspectos crônicos do Holocausto e exemplos da intolerância racial no mundo. Em 2014, se tornou uma das principais atrações turísticas de Amsterdã, recebendo mais de 1 milhão visitantes.